segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Carta para um amor perdido

Um amor...
Uma separação...
Minhas palavras...
Nossas lágrimas.



Comecei a escrever essa carta, não sei bem com qual intenção. Nem sei se vou enviar, mas de algum modo precisava conversar sobre coisas tantas que assaltam meu sono, minha linearidade e meus projetos. Não sei o que você tem feito da vida. Não quero ser profunda, mas de algum modo isso já é tão meu que não consigo evitar por mais que eu tente ser superficial em aspectos tão corriqueiros. 

Não costumo me lamentar por coisas idas.
Não gosto de imaginar o que seria; pra evitar que o passado atrapalhe minha determinação. Mas ultimamente, ponderando sobre a matéria, sobre o existir e sobre os amores que escolhemos - ora possíveis, ora platônicos - encontrei-me perdida: " devo permanecer ou partir?"
Percebi que eu não vivi... simplesmente passei pelos anos sem alegria ou tristeza. Polida somente. Que raios de vida é essa, então? Se não se vive, se não se tem prazer em coisas tão simples ou sofisticadas? Onde possivelmente eu poderia encontrar esse prazer?
Mudei o paladar e evito contato auditivo com passado e conto mentiras pra mim mesma na vontade de crer que de fato mudei... será que estaria realmente curada? Será que estou tão bem resolvida assim?
A verdade é que embora tenhamos um hiato em nossas vidas sempre me deparo com as reticências que deveriam ter sido excluídas desse texto. Por que não é simples colocar um ponto final nessa estória toda? Por que não ensurdecer os sons de tantas canções? Por que simplesmente não virar essa página? Por que te encontro em tantos sorrisos perdidos? Por que te encontro filhos que não tivemos, em estórias que não vivemos? Por que você sempre volta com tanta força quando eu achei tudo já houvesse desaparecido? Por que isso tudo é tão forte?
 
Tive minhas experiênicas. Conheci pessoas. Vi lugares. Vislumbrei oportunidades de esquecer tudo o que houve. Mas meus esforços parecem minguar, porque a resposta é uma só: você - um domingo solitário depois de uma chuva, quando se observa o entardecer e não tem ninguém na rua: só enxurradas e nuvens bem pesadas.
Estou certa vamos continuar vivendo e, estaremos bem. Embora eu tente não invadir tua vida e tua caixa de mensagens com coisas tão passadas e sem valor. Sabe... Eu não posso dizer que você foi o único amor de minha vida. Você não foi. Mas de fato você foi o maior. 

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